Uma Canção Desnaturada

Por que cresceste, curuminha
Assim depressa, e estabanada
Saíste maquilada dentro do meu vestido
Se fosse permitido eu revertia o tempo
Pra reviver a tempo de poder

Te ver as pernas bambas, curuminha
Batendo com a moleira
Te emporcalhando inteira
E eu te negar meu colo
Recuperar as noites, curuminha
Que atravessei em claro
Ignorar teu choro e cuidar só de mim

Deixar-te arder em febre, curuminha
Cinqüenta graus, tossir, bater o queixo
Vestir-te com desleixo
Tratar uma ama-seca
Quebrar tua boneca, curuminha
Raspar os teus cabelos
E ir te exibindo pelos botequins

Tornar azeite o leite do peito que mirraste
No chão que engatinhaste
Salpicar mil cacos de vidro
Pelo cordão perdido te recolher pra sempre
À escuridão do ventre, curuminha
De onde não deverias nunca ter saído

Trivia about the song Uma Canção Desnaturada by Marlene

When was the song “Uma Canção Desnaturada” released by Marlene?
The song Uma Canção Desnaturada was released in 1998, on the album “Estrela da Vida”.

Most popular songs of Marlene

Other artists of Samba