Uivos
Denoir Quissamã / Marlon Borgge
Não basta ser poeta e saber que os sonhos estão lá
dentro do amanhecer da primavera,
é preciso comungar com o orvalho e libertar o espírito
pra rolar na relva
e como um lobo uivar pra lua.
E quando amanhecer não regressar ao corpo inerte,
continuar no firme propósito de ser um lobo,
fugir para as montanhas ao encontro da solidão e do
inesperado, esperar pelo anoitecer
e mais uma vez uivar pra lua,
uivar pra lua, uivar pra lua