Fantoches

Marquinhos Diet

Eu não sei em quem acreditar
Não consigo separar
As verdades das mentiras
Quem tá certo e quem está errado?
Devo ficar de qual lado?
Dos tubarões ou das traíras?

Hoje todo mundo é um jornal
Todo mundo é uma revista
Cada um com sua notícia (que beleza!)
Se não a inventa, reproduz
E rápido como a luz
Espalha sem ter certeza

Somos aqueles velhos fantoches
Presos por fios que ditam
O que devemos fazer
Juntos nas mãos do sistema
E o antigo estratagema
Da comida e do lazer

Eu não sou o dono da verdade
Não conheço alguém que seja
Quem tem, quem não tem razão
Como ter de fato as respostas
Ver a frente a não as costas
Encontrar a solução

Não sei se joão ou se José
Se tem lado que dá pé
Nesse rio com correnteza
O que realmente se pretende
Quem é sério, quem se vende
Não enxergo com clareza

O sujo falando do mal lavado
E eu não sei qual é o lado
Se é que há um lado bom
Eu não sei metade dessa missa
Eu só sei que a carniça
Tá em todo quarteirão

Vejo tão somente o escuro
Não quero ficar no muro
Mas não há o que escolher
Pois há cães ferozes dos dois lados
Esperando esfomeados
E salve-se quem puder
Só que o nosso barco é o mesmo
E se ele navega à esmo
Aonde vamos parar?
Quem deve tomar a dianteira?
Eu só sei que a cachoeira
Já começo a escutar

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