Brilho e Nicotina

Opa, salve, a pampa?
Então, esse som é para ouvir no centro, é, no centro

...

Os ônibus de farol alto na hora do rush,
uma trans com purpurina junto do blush,
cidade online, sobre efeito da pressa,
igreja se acendem para oferecer a reza.
O inferno pega fogo como de costume,
boteco só tem mesa ao lado do chorume, há,
sento, acendo o cigarro e aumento o volume,
e patinetes voam que nem vagalumes.
Neons e lampadas fluorescentes,
sigo navegando pelo caos reluzente,
de prédios e barracos, com janelas brancas,
mesmo com a claridade, a porta se tranca.
Pego o isqueiro, ligo mais um cigarro,
e o giroflex da polícia dá um esparro,
infelizmente mano eu já nem piro,
vão apagar mais um com o flash do tiro.
Eu queria era a brasa do churrasco com os amigos,
baixar os beat e esquecer que o mundo é inimigo,
mas a chapa esquenta, cotidiano flamejante,
aquece e queima feito frio congelante.
É fascinante a faísca do fósforo,
se eu não paro de fumar,
acabo no hospital,
em cima de uma maca, cheio de dores,
debaixo da cara dos doutores.

Refrão (2x)
A eletricidade passa pela nossas veias,
choque de adrenalina,
e eu no meio de tudo, vivendo essa rotina,
de brilho e nicotina.

Na estação central todo mundo passa apertado,
como se tivesse num funil,
um celular ilumina o rosto de quem espera o metrô,
a única luz no fim do túnel.
Debaixo do poste, a puta passa o rímel,
pede meu isqueiro pra poder fumar um camel,
Enquanto eu esperava o sinal abrir,
o letreiro do outro lado diz ""bebe aqui"",
lá vamos nós pra saideira de mineiro,
pede a garçonete uma breja e um paiero,
se vagar a mesa atrás de banca me fala, porque,
nessa aqui o refletor tá bem na minha cara.
A noite dispara, sem trovões e raios,
e a chuva que deixa os uber caro pá caraio.
E a cadeira tá tão boa, que parece um puff,
e o meu fone busca o led azul do bluetooth.

Refrão (2x)
A eletricidade passa pela nossas veias,
choque de adrenalina,
e eu no meio de tudo, vivendo essa rotina,
de brilho e nicotina.