Mar, Montanha e Sertão
Quando o mar adormece
Indo e vindo à beira do litoral
Tudo emudece é sal
Deitam seus homens
E longe de onde
Finda-se todo olhar
Outro horizonte
Dorme diante
De homens de um outro mar
Quando a noite se assanha
A montanha sonha que é por amor
Que o vento lhe abraçou
No cume do delírio esse idílio
Que arrepiou o capim
Nenhum queixume
Nenhum ciúme
Lhe acordará no fim
E o sol transborda
Sertão acorda
Chão se contorna em cor
Céu se avermelha
Deus se ajoelha
Pra lhe cobrir de flor
Floresce o interior
Quando o mar adormece
A montanha sonha
O sertão acorda
O sertão acorda