Caboclo Brasileiro
Moro na beira do mato
Num ranchinho do sertão
Onde não passa automóvel
De luxo nem caminhão
Só passa carro de boi
Lá no alto do espigão
Na descambada da serra
Aonde a pintada berra
Que chega tremer o chão
Sou caboclo brasileiro
Nunca fui covarde não
Na batalha do progresso
Sou igual um batalhão
A coisa metralhadora
Serve pra roçar o chão
Arado é tanque de guerra
Que entra rasgando a terra
Pra fazer a plantação
Seu moço da capital
Que não conhece o sertão
Vai lá vê quanta beleza
Existe neste torrão
Lá não existe maldade
Só se vê paz e união
O bão cabrito não berra
Bão brasileiro não erra
Tá sempre de prontidão
Na noite de Lua cheia
No meu rancho beira chão
Eu contemplo a natureza
Com a minha viola na mão
Cantando minha modinha
Pra alegrar o coração
Onde a cabocla é sincera
Vivo do fruto da terra
Que dá sustento à nação