Abençoados
[Verso 1: Zero]
Parei um tempo para pensar
Realcei um motivo
Fotografia diária retrata sempre este ar vivo
Horizonte distinto é o pano de fundo
Correm lágrimas de tinta deixam marcas neste mundo
Sacrifício por vezes deixa-me um pouco irritado
Espalho a semente no campo em busca do resultado
Acendalha inflamada queima as vozes de raiva
Troco um caderno contigo só tens de baixar essa naifa
Junta os pedaços, confia
Magistral companhia
Alcoolizando a sensação como a fruta na sangria
Esterilizando contra boicotes de fases maradas
Situações mal amadas podem ser retocadas
Projeção de afinidade com o trabalho suado
A visão eleva a obra do projeto estruturado
Arquiteto sobre sonhos possíveis de realizar
Abre fogo ao egoísmo rende apenas partilhar
[Refrão: Mundo Segundo]
Da cidade de ouro ao arco da porta nova
Desde sempre muito antes de ser moda
Abençoados contra quem pragas roga
Inconformados aqui ninguém se acomoda
Da cidade de ouro ao arco da porta nova
Desde sempre muito antes de ser moda
Abençoados contra quem pragas roga
Inconformados aqui ninguém se acomoda
[Verso 2: Alado]
Sou prisioneiro uma alma vazia em movimento
Não existe batimento nem sombra de qualquer sentimento
Sou um puzzle onde não vês qualquer imagem
A falta de takes fechados faz de mim uma curta-metragem
Sou cinema onde a película não vive em ti
A nota em tempo certo na melodia escrevi
A cidade abre portas enquanto uma névoa dourada
Brilho nos olhos seja qual for a miragem ovacionada
Pôr escudos em palavras onde bate conformismo
Química traz a poção, uma folha de eufemismo
Que paira e grava mecanismo encoberto
Memórias são incertas não possuímos peso certo
Desperto pelo verso pelo medo sufocado
A forca deu o laço na guilhotina torturado
O desejo fica longe em terreno sempre incerto
Ainda está longe mas hoje sinto-me um pouco mais perto
[Refrão: Mundo Segundo]
Da cidade de ouro ao arco da porta nova
Desde sempre muito antes de ser moda
Abençoados contra quem pragas roga
Inconformados aqui ninguém se acomoda
Da cidade de ouro ao arco da porta nova
Desde sempre muito antes de ser moda
Abençoados contra quem pragas roga
Inconformados aqui ninguém se acomoda
[Verso 3: Mundo Segundo]
Mundo Segundo piso dois
Nunca deixei para amanhã aquilo que posso fazer hoje
Sem papas na língua
A minha gente é de uma diferente ginga
Numa sociedade onde a integridade minga
Se vives encarcerado no sonho americano
Acorda mano
Em pleno sol lusitano
2010 é o ano
Volto obeso com mais peso, coeso mais maduro
Posso dar-te umas luzes mas não prever o teu futuro
Ciência incomparável alimento o insaciável
Viabilizo o inviável antecipo o inadiável
Estendo a mão a quem posso mesmo sem um tostão no bolso
Outros têm o triplo e fazem olho grosso
Moço ganha juízo não tens o que é preciso
Valores e princípios só aumentas o prejuízo
Estrelas só no céu que hoje se encontra nublado
Aparência e aparato é algo que nos passa ao lado
[Refrão: Mundo Segundo]
Da cidade de ouro ao arco da porta nova
Desde sempre muito antes de ser moda
Abençoados contra quem pragas roga
Inconformados aqui ninguém se acomoda
Da cidade de ouro ao arco da porta nova
Desde sempre muito antes de ser moda
Abençoados contra quem pragas roga
Inconformados aqui ninguém se acomoda