No Recinto

Menino tímido e quieto no tempo de escola
Daquele tipo que não gostava de jogar bola
Sentia medo e com medo já sabe
Cê se isola
Era difícil retirar coragem da cartola

Mas retirei
Só sei que superei
E sei que foram na minha mãe falar seu filho é gay
Tá, eu já sei
Mas eu disfarcei
Aumentei o volume do fone na jessie j

Naquela época eu senti mó confusão na mente
Usando sempre meu capuz eu tava lá sozinho
E evitava o máximo porque honestamente
Era foda eles me chamando de viadinho
Só que o tempo passou
E o jogo virou
Melhor eles ficar esperto então
Que o viadinho hoje no mic cospe fogo igual dragão

Tô no recinto
Murillo no recinto
Tô no recinto
Murillo no recinto
Tô no recinto
Murillo no recinto

Murillo no recinto

E o rap me serviu de ataque e defesa
Tirou a incerteza
Trouxe toda beleza
De existir
De resistir
E progredir
Pra evoluir

E eu sigo nas minhas rimas
Ligeiro, empoderado
Rachando a cara daqueles que tem subestimado
Não é questão de querer provar nada pra ninguém
Mas o peso de competência quebra o seu desdém
É que eu pedi a malandragem
Na medida
E to levando na bagagem
Junto da coragem
Perto dos que agem
Pra abrir caminho
E deixar passagem

Não quero me padronizar
E não te compete julgar
Se cê não vive, cê não sabe!
Fecha a boca e senta lá
Tomei de assalto o meu lugar
E quero ver cês me tirar
Porque eu sou tipo tiro certo
Acerto antes de mirar

Tô no recinto
Murillo no recinto
Tô no recinto
Murillo no recinto
Tô no recinto
Murillo no recinto

Murillo no recinto

Tô no recinto porque isso é minha vida
Sei que a vitória é certa mas a estrada é de subida
Espelho, espelho meu
Sigo de cabeça erguida
E se você corta uma, nasce duas, tipo hidra