Quando as rocas se calam
Manh?e inverno, o sol menino mata a geada
D?h! de casa e se achega sem quartel
Enquanto a voz do Minuano canta endeixas
Desfiam queixas junto aos fios, no carretel.
No fio que corre pela roca corre a cor
Escorre a dor e se esparrama pelo tempo
L?ora o vento sopra as cinzas do amanh?Mas n?h??ue lhes aque?o sofrimento.
Rocas fiando, fiando, a fiar
O fio do tempo ?m la?a puxar
Rocas fiando, fiando, a fiar
A vida ?m fio que se deve cuidar
Rocas fiando, fiando, a tecer
O poncho denso do envelhecer.
No bojo tosco, onde a rama se enrodilha
Os dedos lerdos, j?ansados de lidar
Tecem, no linho e no algod?as roupas finas
Que nunca os netos e nem eles v?usar.
E quando o sol pintar um outro amanhecer
O vento vai varrer varandas e quintais
Calando as rocas que s?parte da velhice
E balan?do os sonhos mo? nos varais.