Entrando No M'bororé

Lá vem o vito solito, entrando no bororé
E o cusco brasino ao tranco, na sombra do pangaré
Chapéu grande, lenço negro, jeitão calmo de quem chega
A tarde em tons de aquarela, lembra um quadro do berega
Um flete troteando, alerta, bufa e se nega pra os lados
E uma perdiz se degola no último fio do alambrado
Apeia na cruz da estrada e o seu olhar se enfumaça
Saca o sombrero em silêncio, por respeito à sua raça

Lá vem o Rio Grande a cavalo, entrando no bororé
Lá vem o Rio Grande a cavalo, que bonito que ele é

Procura à volta do pingo e alça o corpo sem receio
Enquanto uma borboleta senta na perna do freio
Inté interte o cristão que se cruza campo a fora
Mirar a garça matreira no seu pala cor de aurora
Pois lá num rancho de leiva que ele ergueu com seu suor
Fica o sonho por metade de quem vive sem amor
Num suave bater de asas, cruza um bando, sem alarde
E as garças e o Vitor somem lá na lonjura da tarde

Trivia about the song Entrando No M'bororé by Neto Fagundes

When was the song “Entrando No M'bororé” released by Neto Fagundes?
The song Entrando No M'bororé was released in 2001, on the album “Festa Em Porto Alegre”.

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