Leilão de Aperos
Sejam bem-vindo senhores, senhoras!
Prazer em vê-los
A oferta que hoje trago
São relíquias de um campeiro
Que com aperto no bolso
E outro no coração
Recorre a este leilão
Para vendes seus aperos
Quanto vale as esporas
Com duas estrelas rotas
O freio desbarbelado
Que não segura a boca
Um par de loros e estribo
Que o caso é necessidade
Pois não se vende uma vida
Pelo valor da metade
Quanto pagam neste laço
Respeito de touro alçado
Argola soltando a ilhapa
E os tentos arremalhados
Façam as suas ofertas
Com lances de seu agrado
Paga mais quem valoriza
Sentimentos do passado
Para uso estes aperos
Não valem nenhum vintém
Mas é no valor da história
O maior preço que têm
Só não se vende a coragem
Por nenhum lance valor
Porque esta é dos que nascem
Com o sina de domador
E neste bocal de couro
Que sustentou domadores
Maneador, cabresto, mango
Quanto me pagam senhores
Pra quem der valor maior
Vendo o basto e a carona
Quem compra leva de ilhapa
Os feitos brutos da doma