Abismo Zen

Orlando Morais

Eu estou armado até os dentes
E você não vem
Pra essa guerra que eu armei pra gente
Nesse abismo zen

Porque o silêncio é a poesia mais doida
Dói na própria vida
Dói o corte, a cicatriz,
A marca lenta
Onde a pele é dividida
E depois, como um animal, marcado
Segue reservado
Pro frigorífico
Pro supermercado
Segue retalhado, com a alma ressentida
A carne dividida, tudo calculado
O peito, a coxa, o coração calado
O nervo, o fígado encharcado
A pele, o cérebro abandonado
Tudo exposto na vitrine, no balcão

E eu estou aqui e continuo armado
Um "Don Quixote" deste amor que me foi tirado
Mas vou continuar aqui
Com o pensamento preservado
Porque, senão, vocês terão vencido esta batalha
E eu é que estarei errado

Trivia about the song Abismo Zen by Orlando Morais

When was the song “Abismo Zen” released by Orlando Morais?
The song Abismo Zen was released in 1995, on the album “Abismo Zen”.

Most popular songs of Orlando Morais

Other artists of MPB