Zé Ponte
No meu casebre tem um pé de mamoeiro
Aonde eu passo o dia inteiro
Campeando a minha amda
Uma cabocla que trabalha ali defronte
Carregando água da fonte
Pra levar pra peonada
E cada vez que ela carrega um balde d'água
Leva junto a minha mágoa
pendurada em sua mão
Pois eu não posso crer
Que em época presente
Ainda exista dessa gente
Com tão pouco coração
Ela podia, viver bem sem ir à fonte
Se casasse com Zé Ponte
Esse caboclo que aqui está
Pra ela eu ia, construir minha palhoça
Plantar coisas numa roça
Que nunca pensei plantar
E se mais tarde nos viesse a petizada
Eu tenho bolsa recheada
De dinheiro pra comprar
Um passarinho pro Juquinha
Um violão pra Azabela
E pra poder ela
Tudo o que eu pudesse dar