Querência

Deixei a velha querência
Saí de lá bem novinho
Com tabuleta ao focinho
E a marca já descascada
Ponta da cola aparada
Sinal de laço ao machinho

Por estes campos afora
Do meu Rio Grande infinito
De pago em pago ao tranquito
Repontando o meu destino
Do campo grosso pro fino
Fui me criando solito

Angico, Mariano Pinto
Picada onde me criei
Por tudo ali eu andei
Bebendo e jogando a tava
Bem montado sempre andava
Corri carreira e dancei

Cruzei picadas escuras
Prum baile ou jogo de prenda
Derrubei porta de venda
Pra tomá um trago de canha
E esporeei boi na picanha
Em tudo que foi fazenda

Tudo que viesse eu topava
Serviço, festa ou peleia
Cortei muita cara feia
De indiozito retovado
E amancei muito aporreado
Com pé-de-amigo e maneia

E um dia me deu saudade
E eu fui rever o meu pago
Sentir da china o afago
E o vento frio do pampeiro
Neste peito caborteiro
De coração índio vago

O tempo passou, lá se foi
E eu não queria que fosse
Tudo pra mim terminou-se
Nem eu sou mais o que era
A estância virou tapera
E o que era xucro amansou-se

E agora só o que me resta
É o pingo, o laço e o pala
Pistola, só com uma bala
E a estrada pra bater casco
No cano da bota um frasco
E um fiambrezito na mala.
No cano da bota um frasco
E um fiambrezito na mala!

Trivia about the song Querência by Os Fagundes

When was the song “Querência” released by Os Fagundes?
The song Querência was released in 2005, on the album “Os Fagundes: ao Vivo”.

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