Um Grito à Gildo de Freitas
Quando um gaiteiro abre a gaita neste estilo galponeiro
Me lembro de um grande taura do nosso sul brasileiro
E, nos rodeios de trova, ele sempre era o primeiro
Suas rimas eram perfeitas, o grande Gildo de Freitas
Trovador e cancioneiro
Fez sucesso nos rodeios, cantava de noite e dia
Cada tema que lhe dessem, em versos, já descrevia
As glórias da nossa raça, cantava com galhardia
Foi galo que cantou forte, no Brasil, de sul a norte
O povo lhe aplaudia
Honrou o nome de gaúcho, cantando, ele fez história
Foram tantas as canções que enchem páginas de glória
No mundo do repentismo, se consagrou com vitória
Nunca morre um artista, Gildo véio repentista
Tá vivo em nossa memória
No dia que ele se foi, o povo todo sentiu
Com o poncho negro do luto, o Rio Grande se vestiu
A gauchada dizia: -Outro igual nunca se viu!
Foi pra estância celestial e, por não ter um outro igual
O trono ainda está vazio
Num programa de TV, ele fez sua despedida
Coube a mim e ao meu irmão acompanhá-lo nesta lida
Gauchinhas missioneiras cantaram dando guarida
Rimados em cem por cento, foram versos de talento
Que encerraram sua vida
Ao Seu Gildo, eu canto alto, canto forte desse jeito
Ele foi o rei da trova e esse era o seu conceito
Foi amigo dos amigos e deles tem o respeito
E agora, resta um consolo: Assistir o Galpão Crioulo
Que a saudade dói no peito
A resposta da pergunta sempre eu achei mais bonita
Aí pra banda do norte, aonde eu não fiz visita
Responderei pelo disco, sei que este povo acredita
Nesta minha gravação fica dado' a explicação
Porque que o gaúcho grita