Rosalina
Recebi uma cartinha da minha querida
Foi a Rosalina que me escreveu
Mandou me dizer que vive aborrecida
Fez a despedida e se arrependeu
Ela tem saudade do velho galpão
Das verdes campinas nunca esqueceu
Quer rever os pagos que lhe deu a vida
A terra querida onde ela nasceu
O meu peito triste estava emudecido
Sempre aborrecido triste a imaginar
Tinha encostado o meu pinho amigo
Sentindo saudade sem poder cantar
A porteira velha que nós encontrava
Os cipós cobriram e ela se escondeu
Quando ouviu dizer que você voltava
Aquela ramada toda floresceu
Quando Lua nasce clareando as matas
As flores perfumam todo o meu rincão
Louco de ciúme leio a tua carta
Vejo teu retrato na imaginação
Quando amanhece arreio meu pingo
Saio pras campinas e vou juntar meu gado
O som do berrante faz tremer os pagos
Sou gaúcho guapo e vivo apaixonado