Desde os tempos de Sepé
Seu gringo, faça silêncio
Vai cantar um missioneiro
E pra não dar entrevero
E o baile ficar suspenso
Pode guardar seu dinheiro
Que eu vou falar o que penso
Lá da América do Norte
Se vieram para os confins
Trazendo a fome e a morte
Muito pior que graxaim
E hoje, por toda parte
Mudam tim tim por tim tim
Palheiro tem fumo liso
E a bombacha virou jeans
Palheiro tem fumo liso
E a bombacha virou jeans
Trazem o povo à cabresto
Pela tal televisão
A ganância não tem preço
Nessa maldita invasão
Viram o mundo do avesso
Pesticida, poluição
E se dizendo progresso
Querem tomar o galpão
E se dizem do progresso
Querem tomar o galpão
A evolução sem limites
É que arrebenta a represa
Levando tudo que existe
Na força da correnteza
Onde o tio Sam dá palpite
Não resta pão sobre a mesa
Pois nenhum povo resiste
À morte da natureza
Pois nenhum povo resiste
À morte da natureza
Há muito sobem a rampa
Tapados de cerimônias
Nossa conta virou trampa
Sem a menor parcimônia
A mesma história se acampa
Onde a gringada se adona
Estão com um pé na pampa
E as duas mãos no Amazonas
Estão com um pé na pampa
E as duas mãos no Amazonas
Seu gringo, perca o entono
Pois mate não é café
E o cepo nunca foi trono
De misterzinho qualquer
Por isto, não perca o sono
E pode ir dando no pé
Porque esta terra tem dono
Desde os tempos de Sepé
Porque esta terra tem dono
Desde os tempos de Sepé
Porque esta terra tem dono
Desde os tempos de Sepé