Silêncio
Plinio Oliveira
Vejo o sol
A luz de estrelas salpicadas
Aos milhares
Feito areia à beira-mar
Vejo a flor lilás
Sementes espalhadas pelo vento
E um silêncio então me faz calar
Vem de Deus esse lamento
Do silêncio da criança adormecida
De uma lágrima contida
Dos amantes deslumbrados
Que não encontram as palavras
Pra dizer do amor que juram, então, calados
O silêncio das montanhas
E do pescador cansado da sua lida
Que contempla o rio da própria vida
E canta
Canta mais
Canta em paz
Uma voz que canta
Acende um fogo na garganta e se levanta
Canta mais
Canta em paz
Nesse instante os muros que nos prendem
Nos separam
Caem pelo chão
Ao som de uma canção