Tela
Na tela branca, a musa da qual o sonho me despertou
Todas as cores de cor cada desvio de curva
Vou detalhar a hipótese perfeita
Vou dedilhar minha obsessão
Vou deliciar os espaços entre você e o chão
Conto suas cores, inovo aquarela
Entediada com os segundos
Que vivam rosas e amarelas
Mas te vislumbro, te imagino fecho os olhos e produzo som
Sou tato e te toco
Só gosto do seu gosto, quando me deixo
Pelo prazer de traduzir o meu paladar
Abaixo e relaxo, quando te cega me enxerga
Me sente de dentro pra fora
Me beija e me revela, inimaginável sai da tela
Conduz sua luz para mim
Sóbria vai adiante, me abusa, me lambe
Me devaneia a ilusão
Enquanto te crio e imagino
Misturo todo resto, o espaço do inverso
Sem física, calculo, palavra de fora
Posso, pouco tempo
Enquanto real parece ser
Te deixo doce, e que me prove
Agindo, o próximo a fazer
Posiciono minha hora, quase tendo de ir embora
Te olho com a ponta dos dedos
Juntamos até os nossos medos
Que continue até depois e que a cópia seja
Agora se a gente incentiva a demora
Se acaba antes do tempo infinito de outrora
Na próxima a gente faz
A gente reage, a gente melhora