Primeiro Galope
Primeiro galope
Atada ao palanque e roendo cabresto
Esperando os arreios jogados ao chão
Já bufa estaqueada com sangue nos olhos
Enquanto o domero lhe estende o xergão
Maneada das "pata'' pra evitar o coice
De pronto recebe os "basto'' no lombo
Já sai corcoveando - manoteando argola
E as garras já levam o primeiro tombo
Maneia das 'mão' pra ficar sem recurso
E um índio gaúcho já traz orelhada
Basteira apertada esperando o pelego
Que é posto com jeito evitando a negada
É doma gaúcha - primeiro galope
Já quebra-lhe o cacho pra ficar pachola
E de boca atada se prova a paleta
Tocando de leve com o bico da bota
O domero alça perna firmando garrão
Saindo do chão - o urco no ar
Escondendo a cara no meio das mãos
Sentindo rebenque nos ''quarto'' estourar
Estende na várzea pra puxar do queixo
Depois desce um pouco para ressojar
Com cabresto solto por cima do braço
'froxando' a cincha pra um pito fechar
Na volta pras ''casa'' num trote mais largo
Escorada ao cavalo de quem amadrinha
Depois escarceia de lombo lavado
E um risco de espora que antes não tinha