Versos

Alessandro Barbosa Da Silva

Sim, senhor
Não, senhor
O que devo fazer?
O soldadinho do governo corrompendo você

Muitos vão morrer, poucos vão sobreviver
Ninguém vai viver, ao pé da letra, vou dizer
Voltei ao básico, estilo clássico
Da Globo? Não, fantástico. Folgado igual elástico

Me queima igual ácido, pior que cocaína
Inverto sua mente, vou brincando com minhas rimas
Sabe que eu mudo o clima, sempre tô por cima
Contra efeito neo-fascista, sou tipo anfetamina

Contamina o verbalista, é o Hitler futurista
O mundo é um jogo, a mesa nunca estabiliza
Quem saiu está na pista, foi efeito terrorista

Sim, senhor
Não, senhor
Bye, bye, bye
Hasta la vista

É o demônio descendente da campanha racista
Explodindo sua cabeça na capa da revista
Psicodrama canaliza, não preciso de analista
Analiso o problema, sigo forte na conquista

O rap e a moda são palavras rivais
Preconceito e indiferença fazem parte dos seus pais
Seu país é uma fossa, deputado fala bosta
Mentindo sobre tudo e o povo aceita sua proposta

Leva o mundo nas costas, chuvarada toda hora
Se o governo não levou, a enchente levou embora
A lama é o fim e o começo de tudo
Fala no linha direta tipo telefone mudo

E a polícia não quer nem saber do meu problema
Aí entra em cena a podridão do sistema
Assim é sem esquema, você sabe e dá trela
Um crime, uma cela, um pecado, uma vela

Um tiro é uma guerra no meu verso sobre a paz
Se um tiro mata um, eu mato muito mais
Aqui jaz o verdadeiro inocente (inocente?)
Por que o inimigo ganha mais que um docente?
A ideia é quente, corta igual uma navalha
Avassala como lava, sem nunca deixar falha

Eu posso até cair, mas não vou ajoelhar
Eu posso até sofrer, só que eu não vou chorar
Você pode me bater, você pode me matar
Você pode me esconder, pode tentar me calar

A verdade é uma só e ninguém vai impedir
Que o verso mais singelo faça a criança sorrir
Você pode me bater, você pode me matar
Você pode me esconder, pode tentar me calar

Essa vida é deprimente, é um tédio inconsequente
Viajo em lembranças, pensamentos eloquentes
Sente o peso, pague o preço, esse é o drama
MC's foram vendidos, corrompidos pela fama

Vadia quer minha cama, covarde meu caixão
Mentira que inflama, invade seu coração
Será que foi em vão a luta de Mandela
Se ainda morre gente de febre amarela

No Brasil foi Marighella, ditadura severa
Resultados de uma guerra, revivendo a nova era
O homem é perverso, não conhece o universo
Sobrevive no inferno, mas prefere o inverso

O homem também chora, o homem também erra
Morre fácil num vacilo, paga os pecados na terra
Selva de pedra, o profeta diz assim
Um atentado terrorista é um aviso do seu fim

Tanto faz pra mim se o futuro eu não sei
As pessoas que amei, as pessoas que odiei
A rosa está em coma induzido pelo espinho
Sabe que está com Deus, mas se sente sozinho

Isso é tudo o que eu te digo, que honre o compromisso
Se lutar pela bandeira, que não seja omisso
Um soldado submisso prefere falar de amor
Pra esquecer do passado de muito luto e dor

Sem rancor, por favor, tente raciocinar
Vou viver pelo meu povo, vou lutar, vou cantar
Não sou rei, não sou réu, toque o céu sem voar
Se uma palavra basta, você tem que me escutar

Cada verso é um livro, um livro sobre a vida
Cada vida é uma página de história não lida
Vou viver pra esquecer, vou morrer para lembrar
Que a vida é uma só e não dá para voltar atrás

Eu digo nunca mais, favela tem demais
O sistema é um monstro que te torna incapaz
Aliás, passei por muito tempo sem saber
Que a vida é uma escola e a gente erra pra aprender

Eu posso até cair, mas não vou ajoelhar
Eu posso até sofrer, só que eu não vou chorar
Você pode me bater, você pode me matar
Você pode me esconder, pode tentar me calar

A verdade é uma só e ninguém vai impedir
Que o verso mais singelo faça a criança sorrir
Você pode me bater, você pode me matar
Você pode me esconder, pode tentar me calar

Trivia about the song Versos by Rappek

When was the song “Versos” released by Rappek?
The song Versos was released in 2012, on the album “Literatura da Favela”.
Who composed the song “Versos” by Rappek?
The song “Versos” by Rappek was composed by Alessandro Barbosa Da Silva.

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