Vi morrer um verso
[Reflect]
Vi morrer um verso numa folha ignorado
Vi nascer o vazio a cada poema calado
Fiquei sem respirar, desamparado no chão
A contar estrelas reflectidas numa estrada de alcatrão
Sinto olhares da janela a somar cacos do que fora
E esta soma negativa inspira gente lutadora
Foco o pouco que ainda vejo, o que avisto não me agrada
Vi crianças serem homens numa rua que se degrada
O mundo não mudou, ainda condena quem tenta
Vejo ganância e interesses benzidos com água benta
Vi o mundo a metade, tiro o chapéu e vejo o resto
Nem viste metade do meu mundo e anuncias que eu não presto
Enquanto pisas uma flor, há uma nova que germina
Se não sabes para onde vais, esta rua não termina
Ainda tenho o mesmo sonho, desde pequeno que me conforta
Hei de voar em colorido até ser uma pessoa morta