Cajueiro Velho
Cajueiro velho
Vergado, sem folhas
Sem frutos, sem flores
Sem vida, afinal
Eu que te vi
Florido e viçoso
Com frutos tão doces
Que não tinha igual
Não posso deixar
De sentir uma tristeza
Pois vejo que o tempo
Tornou-te assim
Infelizmente também é certeza
Que ele fará o mesmo de mim
Já tenho no rosto
Sinais de velhice
Pois da meninice
Não tenho mais traços
Começo a vergar como tu, cajueiro
fui teu companheiro
Dos primeiros passos
Portanto
Não tens diferença de mim
Seguimos marchando
Em uma só direção
apenas me resta da vida o fim
E da mocidade a recordação