Papá
Eu faço parte dessa pobre geração que vê
Manos matando
Humilhando
Invejando
Quem dera ser aquele homem que o futuro prevê
Mas não consigo
E lacrimejo
Vendo manos pisando
Tudo por grana
Fama, dama
As vezes finjo que não vejo
Mas não sou cego
E não sossego
Vendo tudo isso
Lideram sem compromisso
E o povo, cada vez mais submisso
E então má nigga, viva com calma
Apague as brasas
Se não tu bazas
Eu não duvido, da tua tamanha benevolência
Eu só questiono, por nalguns casos falta coerência
Passamos em testes sem transparência
Corrompendo a excelência
Ainda exigem que por eles rendas, mil continências
Deus, povo sofrendo e pagando
Por pecados passados
Poucos respeitam o teu nome
Fazem-se ricos em teu nome
Até se bondam em teu nome
Humm, papá
Que vida curta, futuro assusta e
Sistema ofusca
Humm, papá
Que vida curta, futuro assusta e
Sistema ofusca
Eu tô pausado no meu canto mantendo a esperança
De Que o futuro da criança
Nos traga mudança
E que nos tire da cabeça
Planos de matança
Perspectivamos um futuro com falha
Porque ainda vejo o meu povo a viver de migalha
Enquanto aguardo pela vinda do Cristo
Eu vou orando, meditando e me livrando
Das garras de capeta
Com o olhar virando ao Sol, a luz do planeta
Já a noite eu vejo a Lua, a lutar contra as trevas
Vou pra frente e não me perco, nessas Ervas e Evas
Literatura pesa
Nessa vida presa
Cota trabalha, e o nosso pão vem de certeza
Eu vou ao topo com os meus niggas
Eu vou pra o Sky com os meus niggas
Eu faço tudo pelos meus niggas
(Na verdade é que niggas reais são raros, então valoriza os teus)
Humm, papá
Que vida curta, futuro assusta e
Sistema ofusca
Humm, papá
Que vida curta, futuro assusta e
Sistema ofusca