Queimando a Língua
É reto e sem risco
Pegando a língua
Queimando a língua
De fogo, sem grilo
De qualquer jeito
De quase isso
De quase nada
É séria é bruta
Dissimulada
De nada serve
Sem ombro amigo
Com febre e confusa
E um precipício
E quase tudo
E quase fujo
Desvio teu riso
E me antecipo
Sem rosto, sem vício
Eu não existo
Não enxergo o final, interrompo o tempo aqui
Em você
Eu guio seus dedos me inclino pro sim
Em sinal, nem que eu queira compreender
Esse amor
Um tiro sem norte
Fugindo a regra
Dispara sem corte
O nome dela
E quase acerto
Seu endereço
Descubro, derramo
Um nome nela
Sua boca, seu dente
E o encarnado
Que corta e desmente
Meu samba armado
Que quase inventa
Uma novela
Pra ter seu instante
Ao lado dela
Sem rosto, sem vício
Eu não existo
Não enxergo o final, interrompo o tempo aqui
Em você
Eu guio seus dedos me inclino pro sim
Nem sinal, nem que eu queira compreender
Esse amor