Vulto
Como um necromante sem vida
Eu nunca fiz parte dessa matilha
Nada mais na vida me intriga
Jogado no chão sinto a astenia
O demônio é noturno
Faminto no escuro
Sem chance elimina o futuro
Afundo, profundo
Desse mundo sujo
Onde pareço um vulto
Oculto desse culto sem rosto, absurdo
Não sabes o ódio que junto aqui na cabeça
Eu só espero que tudo escureça
Nada mais floresça e desapareça
Sei que há algo recôndito nesse vácuo infinito que nunca se torna nítido
Corpo segue apodrecido escondido no períbolo
Ta tudo fodido
A raiva sempre faz alguém se tornar horrípilo
Empedernido nesse ciclo de términos e inícios
Tinta preta entre as unhas
Lentamente o corpo fica roxo com o corte na cintura
Eu me levei ao óbito sem ter testemunha alguma
Preenche mais uma lacuna enquanto o caminho pro inferno afunda nessa terra imunda
Só vejo coisa negativa
Nessa vida vazia que só entedia
Meu ouvido sangra ecoando esses demônios que me infernizam desde o parto
Corpo putrefato
Tudo turvo elevado a outro nível
Incompreensível
Minha vida no lixo e meu legado fora disso
Eu sempre despisto esse risco
De eu continuar vivo
Intoxico com a fumaça no cubículo
Quero tomar meu lugar numa catacumba antiga
Vazia, percebo que não pertenço a nenhuma família
Vaziosempredolado junto a um sentimentopaco
Eu ando sempre cansado de tudo era mágico hoje se tornou abstrato