Roda Morta

O triste nisso tudo é tudo isso
Quer dizer, tirando nada, só me resta o compromisso
Com os dentes cariados da alegria
Com o desgosto e a agonia da manada dos normais

O triste em tudo isso é isso tudo
A sordidez do conteúdo desses dias maquinais
E as máquinas cavando um poço fundo entre os braçais
Eu mesmo e o mundo dos salões coloniais

Colônias de abutres colunáveis
Gaviões bem sociáveis vomitando entre os cristais
E as cristas desses galos de brinquedo
Cuja covardia e medo dão ao sol um tom lilás

Eu vejo um mofo verde no meu fraque
E as moscas mortas no conhaque que еu herdei dos ancestrais
E as hordas dе demônios quando eu durmo
Infestando o horror noturno dos meu sonhos infernais

Eu sei que quando acordo eu visto a cara falsa e infame
Como a tara do mais vil dentre os mortais
E morro quando adentro o gabinete
Onde o sócio o e o alcaguete não me deixam nunca em paz

O triste em tudo isso é que eu sei disso
Eu vivo disso e além disso
Eu quero sempre mais e mais

O triste em tudo isso é que eu sei disso
Eu vivo disso e além disso
Eu quero sempre mais e mais
Mais e mais

Trivia about the song Roda Morta by Sérgio Sampaio

When was the song “Roda Morta” released by Sérgio Sampaio?
The song Roda Morta was released in 2006, on the album “Cruel”.

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