Criando Monstros
Se tu finge que num me conhece
Então é bom passar a me conhecer
Se tu diz que merdas acontecem
É a vez dessa merda acontecer
E eu tento até me abster
De pensar naquilo que num está do jeito
Nem sempre eu posso me conter
De pesar aquilo que num é direito
Então eu quero ser o primeiro
A te falar de quem eu sou
Sofri por falta de dinheiro
E por excesso de amor
Por querer viver por inteiro
Eu não quero esperar favor nenhum
Por isso eu num sinto medo
De ter que enfrentar apavoro algum
Levantar, tirar a poeira
Nunca ficar no chão de bobeira
Recompensar minha caveira
Dar um rolé na minha sexta-feira
Amo o meu trabalho
Mas gosto mesmo é de churrasco
Num se engane
Me atrapalhe e eu posso ser o seu carrasco
E todo mundo à minha volta tem
Algum conselho ou resposta
Bem prontos pra tirar esse peso
Que “pesa nessas suas costas ném?!!”
Melhor é ficar surdo
A ouvir conselhos de quem num deve
Se pá até queria tá
Mas num sabe o que é andar na minha pele
“a verdade dói! a verdade dói, mas só pra quem enxerga!
Eu olho pro lado e foda-se!
A verdade dói! a verdade dói!
Miséria e companhia esperam que eu venda o meu rim”
Limão pra fazer limonada
Éeee eu aproveito jogo logo pinga
Claro que isso num melhora nada
Só esquenta a minha madrugada
E se cada qual ta com seu cada
É melhor eu preservar os coringas
Com empenho e alguma ginga
Sem truques ou mandingas
Eu sei que vai me dar razão, sabe?!
O ego é coisa finda
Um dia acaba a ilusão
Vê que é prego, bebe e xinga
Pros puxadores de tapete
Eu também guardo algo pra ti
Antes de saber me levantar
Eu tive que aprender a cair
É tipo switch-stance
You son of a bitch nigga!
Quer dizer, muito swing,
Então nem tente seu bastardo duma figa
Minha rima é pra quem segue
Livre, celebrando a vida
Que com trauma ainda cativa
E põe sua alma em uma batida
Pede a deus pra ter calma, grana, cannabis sativa
E um pouco de disposição
Pra poder participar de forma ativa
Dessa orquestra simbólica
Minha orquestra simbólica
Vacilão passa mal
Háaaa vai ficar sentindo cólica
“a verdade dói! a verdade dói, mas só pra quem enxerga!
Eu olho pro lado e foda-se!
A verdade dói! a verdade dói!
Miséria e companhia esperam que eu venda o meu rim”