Me Empoderei (part. Ma Boo)
[Tchelo Gomez]
Um dia, o cara me expulsou!
Uma mulher me acusou!
Será a tal da opressão que diz
Não fica ofendido, vc nem é tão preto assim?
Eu sei não sou o tal
Mas me respeita
Essas ideias going down!
Não acrescenta!
Não importa a cor
Não importa o tom
Ta na veia, na raça
No sangue, no corasom!
Então, me passa o pantone que agora eu quero ver!
A cor da nossa pele grita em qualquer rolê!
É sério isso, será pra sempre assim?
Pode ser massa pra vc, mas nem sempre é pão pra mim!
Fazer piada é fácil, ha, eu nem me aguento
Quero ver dar risada do nosso argumento
Que vem numa crescente, no pique afrontamento!
Da geração que tomba: the afro tombamento
Me empoderei! Se pedir, vou falar
Não vou mais me calar
Pela honra de Mandela!
E a força de zumbi não me deixa cair
Me liberta dessa cela!
De pardo só papel
Aí meu Deus do céu
Querem nos colonizar
não vamô deixar
Tô vendo os negros se destacando na tv
Em toda mídia social, é como a gente vê
Maravilhoso, acho isso essencial
Mas vale analisar: É igualmente ou estratégia comercial?
Cada caso é um caso, é claro
Até pq antigamente era ao contrário
Lembro daquela mina aloprada na escola
Porque usava roupa humilde e tererê da hora
O tempo andou, no caso houve até mudança
Tá cheio de branquela que aderiu turbante e trança
Tudo bem, ok, não tem problema
Mas lembra que essa moda veio de cultura negra
Que até hoje luta com muita persistência
É mais que resistir, é resistência!
[Ma Boo]
Os preto no poder! As preta no poder!
Aham, Ma Boo que chega
Coração raci
Xiii, vai ter infarte
A mixa vai cair, quando o povo descobrir que união é base
Quem tem cor age as Preta é chave
O cadeado do agressor foi quebrado em mulher não bate
Vênus pilota a nave
Amor próprio por nóis
A voz da irmã
É minha voz quero ver se mais veloz
Após meu luto
Bruto machucada, eu andei cegada em um surto desenformada
Na guerra patriarcal aonde o humanismo é sujo
De cabisbaixa a empoderada fiz meu jutso
Autodidata guerreira de outros mundos
Meu escudo é o estudo invado seu sistema e burlo
Burguesia da azia, ó os assuntos
Femini Raci intragável não engulo
Sua supremacia é clara sem conteúdo
Seu coletivo umbigo é o mais sujo dos muros
Vim derrubar, com meu clã vim derrubar
As bixa, as viadas, as trans
Da cinza não vão passar
Atrevidas
Colorindo os preconceito tudo
Vandalismo quem faz é o governo
Te jurando juros
Rumo ao ouro jóias e negócios
Voltamos forte pra buscar o que é nosso!