Venta Rasgada

Telmo de Lima Freitas

Alço a perna na torena
E mando abrir a porteira
O meu mango sobe e desce
Como pau de lavadeira
Reiúno tem que ser tigre
Para me sacar dos meus cacos
Quando a espora deixa guejas
Da minha marca no sovaco

Os meus cravos bem afiados
Sacam longas da paleta
Com o beiçudo campo a fora
Bufando e dando gambeta
Vem com a vida segura nos
Tentos do cabrestilho
E à virgem que me acompanha
Na cabeça do lombilho

No que cruzou do açude já
Tinha pasto nas ventas
Com os olhos rubrus de sangue
E adivinhando tormenta
Mirou a costa do mato e
Enveredou para o passo
Se esquivando das prateadas
Com patada e manotaço

Quando me apeio no rancho
Depois no causo passado
O potro outrora ventena
Vem pastar no meu costado
Parece entender que a dona
Faz parte da dura lida
E ensina homem e cavalo
As duras penas da vida

Trivia about the song Venta Rasgada by Telmo de Lima Freitas

When was the song “Venta Rasgada” released by Telmo de Lima Freitas?
The song Venta Rasgada was released in 2001, on the album “Poesias”.

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