Passa-se o Tempo
Passa-se o tempo, pedes-me calma
Passa-se o tempo, vendo a alma
Passa-se o tempo, vidas que calam
Passa-se o tempo, risos resvalam
Passa-se o tempo, de só fico preso
Passa-se o tempo, já nada embelezo
Tempus transit
Passa-se o tempo, o choro que embala
Passa-se o tempo, o pano na boca há muito que cala
Passa-se o tempo, já nada deslumbra
Para-se o tempo, na clara penumbra
Passa-se o tempo, a luz que não guia
Para-se o tempo, o fato que ontem ainda cabia
Tempus transit
Passa-se o tempo, pedes-me calma
Para-se o tempo, vende-se a alma
Passa-se o tempo, amarro-me a ancora
Passa-se o tempo, o sangue não estanca
Passa-se o tempo, mergulho no mar
Passa-se o tempo, o corpo cansado que quer afundar
Passa-se o tempo, os pais que desligam
Passa-se o tempo, as vivas memórias que agora fustigam
Lexquae non ducit
Vividae memorias