Oficina
Vai, Maria, é dia, bota a água pra ferver
Pego muito cedo, meu trabalho é pra valer
Hoje a minha vida é um osso duro de roer
Chega de chorar, chega de sofrer
Vivo só pensando, só pensando em te esquecer
Vivo me jurando que não quero mais te ver
Vivo só sonhando numa vida sem você
Chora, coração
Chora, coração
Chega de conversa, eu tenho muito o que fazer
Dia, claro dia, sinto muito não te ver
Hoje na oficina sei que vou me aborrecer
Pois o meu patrão não vai querer compreender
Com este salário ninguém pode mais viver
Sei que sou pingente
Dependente do dever
Sei que sou decente
Mas também posso morrer
Sei que, de repente, estou contente, vou viver
Canta, coração
Canta, coração
Diga ao seu Delfim que assim ninguém pode viver
Vida, que a subida é muito dura de roer
Vida, que a descida ainda é mais dura, podes crer
Vida, clara ida, ninguém sabe onde vai ter
Chora, coração
Chora, coração