Glaciais
Hoje eu acordei com vontade louca de te perder
De perder os sentidos
E rasgar da memória as cores do teu vestido
A tarde sombria que cobria de somente sobras
Eu enxergava da fresta daquela janela
O horizonte passando na minha porta feito um bonde
A esperança estirada, morta
No azul da amplidão
São frios e são glaciais,
Os ventos da solidão
A noite rosnava sinistra na minha cabeça
Não é possível que você me esqueça
Da minha língua feito um cabide
Onde penduravas a sua boca
E esse encantamento trágico
Te deixavas louca
E eu achava Puta, Santa
E ambas me tiravam do chão
São frios e são glaciais,
Os ventos da solidão...