A Poda das Nuvens
[Refrão]
Se o que chove, nasce e cresce
Torna-se o que sou
Tomara que eu não viva
De uvas sem grainha
[Verso 1]
Olá, este sou eu a sorrir
O mundo sorri de volta e gira sem que a festa pare
Há um brilho nos meus olhos
Dos quais refratam focos e nascem arco-íris
Estou cheio de mim
Desculpem se a música não deixa parecer
Exagero às vezes
No tom sentimentalão que sem ti mentem as mãos
E sinto um entalão
Entre aquilo que sinto e aquilo que tento descrever
E escrevo coisas erradas
Não é que eu não as sinta, mas a maquilhagem escorre
Finjo não perder
Desculpem se a máscara me deixa aparecer
O suor fá-la escorregar
Se a minha cara surge, então morre a personagem
[Refrão]
Se o que chove, nasce e cresce
Torna-se o que sou
Tomara que eu não viva
De uvas sem grainha
[Verso 2]
Mas sobrevivo eu
A culpa não é minha, o sucesso não vinha no meu tamanho
Vesti uma coisa qualquer
Se me vissem nu apontariam para aquilo que eu não sou
E eu não sei sair
Deste tenebroso inferno que me esconde os teus braços
Aposto que a culpa é minha
E eu tinha que me moldar aos gostos da praça
Sinceramente
Vivo numa antecipação que nunca há de se evaporar
Agora eu não sei morrer
Só fujo de mim e me escondo do mundo e me torno em cliché
Já só quero desaparecer
[Refrão]
Se o que chove, nasce e cresce
Torna-se o que sou
Tomara que eu não viva
De uvas sem grainha
[Verso 3]
A poda das nuvens
Mostra um céu cujo sol morreu, mas a roda gira
E já não sei o que faça
Se a voz amplifica o que penso, talvez seja melhor deixar de cantar
[Refrão]
Se o que chove, nasce e cresce
Torna-se o que sou
Tomara que eu não viva
De uvas sem grainha