Pra Lusofonia
Eu também sinto sodade, Cesária! Era Eva, Évora, outras Veras
Veredas, varais...
E ouvirás em fim de cada boa malha, uma nova menina, enfim, Amália
Aos olivais que conduzem à Fátima traduz talvez lástima, casta...
E à tasca: pra sentimentos privados, que venham emoções públicas
Sete saias, maré... Mares a Nazaré!
Naus... E algumas caravelas
Paus... De outras primas matérias
Porque ser não é estar quando...
O emotivo exprime em ti, o que o sentimental reprime em si
Imprime também tal herança, a dobrar cada Cabo... Esperança
Passado Tormenta; presente esperança; bonança do tempo
Verbo: lembrança
...E mais além da Marrabenta há quem diga: A Leste, o Timor!
Há respeito, mas não mais temor, Adamastor!
Arrebenta o ranço... E só haverá descanso quando a conquista for o livre trânsito
Tombar tais barreiras, aproximar irmãs...
Nações, fronteiras, com afinco, pressa e afã
Regressa o samba ao semba (cantadas à mesma mesa)
E a morna e o fado-à-desgarrada: dançadas na reza; amarradas como presa
Preza assim o cacimbo indo ao passo imperfeito
Acerta... Erra... Sobre o mesmo salão: chão de terra
E nesta ode, Camões
Pindorama sou (tupiniquim ainda!)
Na mesma entrada. Porta: o alecrim
Ao vento, à vela: deixe-me livre!
Empresta-me vermelhos cravos
Pra silenciar os canos que calam os meus em Costa Barros!
São outras aldeias, outros guetos, outras vilas...
Vias para minha esperança luzidia
Outros Lusíadas... Luz ao dia!