Sisalista
Nasci no meio do mato
Cuspo no teu espinhaço
Meto no fole puxado
Palavras de ventania
Encaro com valentia
Quem se acha muito esperto
Descarrego dialeto
Pelas curvas da Bahia
Se curve na nostalgia
Dos teus antes sensores
Nordestinos professores
Dando aula alegria
Mesmo sofrendo amuado
Com versos amordaçados
Sustenta os seus legados
Com muita sabedoria
Carrega o país nas costas
Como jegue e o seu sisal
Capoeira, berimbau
Cortando o preconceito
O velho bate no peito
E grita com valentia
Sertão tem sua valia
Merece todo respeito
O ar é rarefeito
Quando um cordelista fala
Poeta mete a disgraça
O samba sabedoria
O poder do meu reisado
A força da arte rural
Costurando com sisal
Boca da xenofobia
Toma!
Uma acelerada
E toma
Uma embolada
E toma
Uma verdade
Bem no meu da tua cara
E pede um perdão
Por ser tão natural
O estrelato rural
Ser uma mão dilacerada
Toma!
Tu quer briga
Tu quer briga
Segura a bomba
Por que sou Sisalista
É cangaceiro
Junto com Cordeslista
Segura a bomba
Por que eu sou Sisalista
Segura a bomba
Segura a bomba
Segura a bomba
Por que eu sou Sisalista
Sisalista sim senhor
Sisalista sim senhor