Kazanga
João Evangelista / Wilson Dias
Revela a força dessa flor calcária
Herança e fé de labor e sangue
A cada manhã recomeçará
Casa de pedra coração de água
Um índio chora no meio da sala
Na mata escura canto de ave rara
Amor de perto mais sufoca a mágoa
Kazanga zanga, kazanga zanga
Kazanga, zanga zangará
Memória aquece o fogo na fornalha
Rio submerso corte de navalha
A história escreve a letra não falha
Chove poeira na copa das casas
A bomba explode a morte escancara
O som parece um turbilhão de asas
O poder apodrece o branco da toalha