Alma da Terra

João Do Pinho / Zazá

Sou caboclo forte,não sou prematuro
Tenho sangue puro,e o cheiro da terra
Morro num recanto entre os passarinhos
Num farto ranchinho na encosta da serra
E a agua que nasce por entre as colheitas
Pura e cristalina que dispensa cloro
Tenho uma marca-brocha formosa
Pequena e cheirosa assucena flor que mais adoro
Quando é madrugada o misterioso galo
Num clima de embalo canta martinal
E a passarada em ternos gorjeios
Fazem seu recreio num tom magestral
Disperto contente Contemplo as belezas
Todas a purezas Que o cristo criou
É um cenario eterno Obra sem igual
Que o rei celestial o abençoou
Não tenho medalhas,trofeus e diplomas
Não vivo de somas e tais fantasias
Minha galeria e uma tuia cheia
Para a santa ceia todos os dias
Meu ventilador é a brisa mansa
Que me traz de bonansa o aroma das flores
Meu televisor é as lindas campinas que produz
Divinas imagens a cores
Aqui levo a vida a mil maravilhas
Longe das guerrilhas e dos farizeus
Não tenho um dolar nem libras e linho
Mas tenho a divina proteção de Deus
E de forma alguma nunca fui manchete
Isso só compete a certas figuras
Mas tenho em minha alma
O amor, o bom senso adoro o silencio
E as coisas mais puras

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