O Punhal e a Cruz
(Num túmulo onde se lia
Dorme em paz minha Teresa
Vi um homem ajoelhado
Soluçando de tristeza
Pelos seus traje, seus modo
Despertou minha atenção
Parecia ser um padre
Com um rosário na mão
Ele vendo meu espanto
Na hora se levantou
Com os olhos rasos de pranto
Para mim assim falou)
Já fui padre há tempo passado
Foi por mim que Teresa morreu
E por isso eu deixei a batina
Porque achei que o culpado fui eu
Não tivesse o punhal devolvido
O punhal que marcou nosso fim
A Teresa não tinha morrido
E estaria mais perto de mim
Aprendi que o vigário só deve
Entregar sua vida a Jesus
Esquecer por completo o passado
E seguir só o caminho da cruz
Não podendo esquecer a Teresa
De ser padre também desisti
Não podia viver numa igreja
Só pensando no amor que perdi
Com aquele punhal da vingança
Eu mandei construir esta cruz
Que há de sempre seguir os meus passos
Nos meus tristes caminhos sem luz
Sempre venho rezar nesta tumba
E pedir ao divino Senhor
Que receba no reino do céu
A Teresa, meu primeiro amor