Mala Amarela [Ao Vivo]

JOSE CAETANO ERBA, JOSE PLINIO TRASFERETTI

Lyrics Translation

Era 4:30, passava um pouquinho
E um fosco clarinho rasgava o varjão
Era um trem noturno, que vinha apontando
E logo parando na velha estação

Meu corpo tremia, meus olhos molhados
E o meu pai do lado e a mala no chão
Beijei o seu rosto e disse na hora
O mundo lá fora me espera, paizão

Entrei no vagão, corri pra janela
E a mala amarela do velho catei
O trem deu partida, soqueou bruscamente
E ali, novamente sua mão eu beijei

Um pouco pra adiante vi minha casinha
E a minha mãezinha de pé no portão
Ela não me viu e do trem na corrida
Ouvi as latidas do velho sultão

Um certo senhor da poltrona vizinha
Dizia que vinha do Paranázão
E disse também num jeito cortês
"É a primeira vez que deixo o sertão"

Pedi seu conselho e ele me disse
"Seu moço a velhice é dura demais
Eu sou bem mais velho e posso aconselhar
É duro ficar distante dos pais"

Eu nunca esqueci o que o velho falou
O tempo passou e pra casa voltei
Quem fica distante jamais se conforma
Lá da plataforma meus pais avistei

Desci comovido, abracei ele e ela
"E a mala amarela? Meu filho eu não vi"
Meu pai, acredite na fala de um homem
Pra não passar fome a mala eu vendi

"Que pena, que pena, era minha lembrança
Que eu trouxe de herança do seu avô
Mas deixa pra lá, eu vou esquecer
A herança é você e você já voltou"

Era 4:30, passava um pouquinho
It was 4:30, a little past
E um fosco clarinho rasgava o varjão
And a faint light was tearing through the darkness
Era um trem noturno, que vinha apontando
It was a night train, that was approaching
E logo parando na velha estação
And soon stopping at the old station
Meu corpo tremia, meus olhos molhados
My body was shaking, my eyes were wet
E o meu pai do lado e a mala no chão
And my father was by my side and the suitcase on the ground
Beijei o seu rosto e disse na hora
I kissed his face and said at the time
O mundo lá fora me espera, paizão
The world out there is waiting for me, dad
Entrei no vagão, corri pra janela
I got on the wagon, ran to the window
E a mala amarela do velho catei
And I grabbed the old man's yellow suitcase
O trem deu partida, soqueou bruscamente
The train started, jerked abruptly
E ali, novamente sua mão eu beijei
And there, again I kissed his hand
Um pouco pra adiante vi minha casinha
A little further on I saw my little house
E a minha mãezinha de pé no portão
And my mother standing at the gate
Ela não me viu e do trem na corrida
She didn't see me and from the running train
Ouvi as latidas do velho sultão
I heard the barks of the old Sultan
Um certo senhor da poltrona vizinha
A certain gentleman from the neighboring armchair
Dizia que vinha do Paranázão
Said he was coming from Paranazão
E disse também num jeito cortês
And he also said in a polite way
"É a primeira vez que deixo o sertão"
"It's the first time I leave the countryside"
Pedi seu conselho e ele me disse
I asked for his advice and he told me
"Seu moço a velhice é dura demais
"Young man, old age is too hard
Eu sou bem mais velho e posso aconselhar
I am much older and I can advise
É duro ficar distante dos pais"
It's hard to stay away from parents"
Eu nunca esqueci o que o velho falou
I never forgot what the old man said
O tempo passou e pra casa voltei
Time passed and I returned home
Quem fica distante jamais se conforma
Those who stay away never conform
Lá da plataforma meus pais avistei
From the platform I spotted my parents
Desci comovido, abracei ele e ela
I got off moved, I hugged him and her
"E a mala amarela? Meu filho eu não vi"
"And the yellow suitcase? My son I didn't see"
Meu pai, acredite na fala de um homem
My father, believe in the words of a man
Pra não passar fome a mala eu vendi
To not go hungry I sold the suitcase
"Que pena, que pena, era minha lembrança
"What a pity, what a pity, it was my memory
Que eu trouxe de herança do seu avô
That I brought as an inheritance from your grandfather
Mas deixa pra lá, eu vou esquecer
But let it go, I will forget
A herança é você e você já voltou"
The inheritance is you and you have returned"
Era 4:30, passava um pouquinho
Eran las 4:30, pasaba un poquito
E um fosco clarinho rasgava o varjão
Y una luz tenue rasgaba el campo
Era um trem noturno, que vinha apontando
Era un tren nocturno, que se acercaba
E logo parando na velha estação
Y pronto se detenía en la vieja estación
Meu corpo tremia, meus olhos molhados
Mi cuerpo temblaba, mis ojos mojados
E o meu pai do lado e a mala no chão
Y mi padre a mi lado y la maleta en el suelo
Beijei o seu rosto e disse na hora
Besé su rostro y dije en ese momento
O mundo lá fora me espera, paizão
El mundo allá afuera me espera, papá
Entrei no vagão, corri pra janela
Entré en el vagón, corrí a la ventana
E a mala amarela do velho catei
Y agarré la maleta amarilla del viejo
O trem deu partida, soqueou bruscamente
El tren partió, sacudió bruscamente
E ali, novamente sua mão eu beijei
Y allí, nuevamente besé su mano
Um pouco pra adiante vi minha casinha
Un poco más adelante vi mi casita
E a minha mãezinha de pé no portão
Y a mi mamá de pie en el portón
Ela não me viu e do trem na corrida
Ella no me vio y desde el tren en marcha
Ouvi as latidas do velho sultão
Oí los ladridos del viejo sultán
Um certo senhor da poltrona vizinha
Un cierto señor del asiento vecino
Dizia que vinha do Paranázão
Decía que venía del gran Paraná
E disse também num jeito cortês
Y también dijo de una manera cortés
"É a primeira vez que deixo o sertão"
"Es la primera vez que dejo el campo"
Pedi seu conselho e ele me disse
Pedí su consejo y él me dijo
"Seu moço a velhice é dura demais
"Joven, la vejez es muy dura
Eu sou bem mais velho e posso aconselhar
Yo soy mucho mayor y puedo aconsejar
É duro ficar distante dos pais"
Es duro estar lejos de los padres"
Eu nunca esqueci o que o velho falou
Nunca olvidé lo que el viejo dijo
O tempo passou e pra casa voltei
El tiempo pasó y volví a casa
Quem fica distante jamais se conforma
Quien se queda lejos nunca se conforma
Lá da plataforma meus pais avistei
Desde la plataforma vi a mis padres
Desci comovido, abracei ele e ela
Bajé conmovido, abracé a él y a ella
"E a mala amarela? Meu filho eu não vi"
"¿Y la maleta amarilla? Hijo, no la vi"
Meu pai, acredite na fala de um homem
Papá, cree en las palabras de un hombre
Pra não passar fome a mala eu vendi
Para no pasar hambre, vendí la maleta
"Que pena, que pena, era minha lembrança
"Qué pena, qué pena, era mi recuerdo
Que eu trouxe de herança do seu avô
Que heredé de tu abuelo
Mas deixa pra lá, eu vou esquecer
Pero déjalo, lo olvidaré
A herança é você e você já voltou"
La herencia eres tú y tú ya has vuelto"
Era 4:30, passava um pouquinho
Il était 4h30, un peu plus tard
E um fosco clarinho rasgava o varjão
Et une faible lueur déchirait le brouillard
Era um trem noturno, que vinha apontando
C'était un train de nuit, qui pointait à l'horizon
E logo parando na velha estação
Et s'arrêtait bientôt à la vieille gare
Meu corpo tremia, meus olhos molhados
Mon corps tremblait, mes yeux étaient mouillés
E o meu pai do lado e a mala no chão
Et mon père à côté de moi, la valise sur le sol
Beijei o seu rosto e disse na hora
J'ai embrassé son visage et dit sur le moment
O mundo lá fora me espera, paizão
Le monde là-bas m'attend, papa
Entrei no vagão, corri pra janela
Je suis monté dans le wagon, j'ai couru vers la fenêtre
E a mala amarela do velho catei
Et j'ai pris la valise jaune du vieil homme
O trem deu partida, soqueou bruscamente
Le train a démarré, secoué brusquement
E ali, novamente sua mão eu beijei
Et là, encore une fois, j'ai embrassé sa main
Um pouco pra adiante vi minha casinha
Un peu plus loin, j'ai vu ma petite maison
E a minha mãezinha de pé no portão
Et ma mère debout à la porte
Ela não me viu e do trem na corrida
Elle ne m'a pas vu et du train en mouvement
Ouvi as latidas do velho sultão
J'ai entendu les aboiements du vieux Sultan
Um certo senhor da poltrona vizinha
Un certain monsieur de la chaise voisine
Dizia que vinha do Paranázão
Disait qu'il venait de Paranazão
E disse também num jeito cortês
Et il a aussi dit d'une manière courtoise
"É a primeira vez que deixo o sertão"
"C'est la première fois que je quitte la campagne"
Pedi seu conselho e ele me disse
J'ai demandé son conseil et il m'a dit
"Seu moço a velhice é dura demais
"Jeune homme, la vieillesse est trop dure
Eu sou bem mais velho e posso aconselhar
Je suis beaucoup plus vieux et je peux te conseiller
É duro ficar distante dos pais"
C'est dur d'être loin de ses parents"
Eu nunca esqueci o que o velho falou
Je n'ai jamais oublié ce que le vieil homme a dit
O tempo passou e pra casa voltei
Le temps a passé et je suis rentré à la maison
Quem fica distante jamais se conforma
Celui qui reste loin ne se résigne jamais
Lá da plataforma meus pais avistei
De la plateforme, j'ai aperçu mes parents
Desci comovido, abracei ele e ela
Je suis descendu ému, je les ai embrassés tous les deux
"E a mala amarela? Meu filho eu não vi"
"Et la valise jaune ? Mon fils, je ne l'ai pas vue"
Meu pai, acredite na fala de um homem
Mon père, crois les paroles d'un homme
Pra não passar fome a mala eu vendi
Pour ne pas mourir de faim, j'ai vendu la valise
"Que pena, que pena, era minha lembrança
"Quel dommage, quel dommage, c'était mon souvenir
Que eu trouxe de herança do seu avô
Que j'ai hérité de ton grand-père
Mas deixa pra lá, eu vou esquecer
Mais laisse tomber, je vais oublier
A herança é você e você já voltou"
L'héritage, c'est toi et tu es déjà revenu"
Era 4:30, passava um pouquinho
Es war 4:30 Uhr, es war ein kleines bisschen später
E um fosco clarinho rasgava o varjão
Und ein schwaches Licht durchbrach die Dunkelheit
Era um trem noturno, que vinha apontando
Es war ein Nachtzug, der sich näherte
E logo parando na velha estação
Und bald hielt er an der alten Station
Meu corpo tremia, meus olhos molhados
Mein Körper zitterte, meine Augen waren nass
E o meu pai do lado e a mala no chão
Und mein Vater stand neben mir und der Koffer lag auf dem Boden
Beijei o seu rosto e disse na hora
Ich küsste sein Gesicht und sagte in dem Moment
O mundo lá fora me espera, paizão
Die Welt da draußen wartet auf mich, Papa
Entrei no vagão, corri pra janela
Ich stieg in den Wagen, rannte zum Fenster
E a mala amarela do velho catei
Und nahm den gelben Koffer meines Vaters
O trem deu partida, soqueou bruscamente
Der Zug fuhr los, ruckte heftig
E ali, novamente sua mão eu beijei
Und dort küsste ich erneut seine Hand
Um pouco pra adiante vi minha casinha
Ein Stück weiter sah ich unser kleines Haus
E a minha mãezinha de pé no portão
Und meine Mutter stand im Tor
Ela não me viu e do trem na corrida
Sie sah mich nicht und vom fahrenden Zug aus
Ouvi as latidas do velho sultão
Hörte ich das Bellen des alten Sultans
Um certo senhor da poltrona vizinha
Ein gewisser Herr aus dem Nachbarsitz
Dizia que vinha do Paranázão
Sagte, er komme aus Paranazão
E disse também num jeito cortês
Und er sagte auch auf höfliche Weise
"É a primeira vez que deixo o sertão"
„Es ist das erste Mal, dass ich das Hinterland verlasse“
Pedi seu conselho e ele me disse
Ich bat um seinen Rat und er sagte mir
"Seu moço a velhice é dura demais
„Junge, das Alter ist sehr hart
Eu sou bem mais velho e posso aconselhar
Ich bin viel älter und kann dir einen Rat geben
É duro ficar distante dos pais"
Es ist hart, weit weg von den Eltern zu sein“
Eu nunca esqueci o que o velho falou
Ich habe nie vergessen, was der alte Mann sagte
O tempo passou e pra casa voltei
Die Zeit verging und ich kehrte nach Hause zurück
Quem fica distante jamais se conforma
Wer weit weg ist, findet sich nie ab
Lá da plataforma meus pais avistei
Von der Plattform aus sah ich meine Eltern
Desci comovido, abracei ele e ela
Ich stieg bewegt aus, umarmte ihn und sie
"E a mala amarela? Meu filho eu não vi"
„Und der gelbe Koffer? Mein Sohn, ich habe ihn nicht gesehen“
Meu pai, acredite na fala de um homem
Vater, glaube den Worten eines Mannes
Pra não passar fome a mala eu vendi
Um nicht zu verhungern, habe ich den Koffer verkauft
"Que pena, que pena, era minha lembrança
„Wie schade, wie schade, es war meine Erinnerung
Que eu trouxe de herança do seu avô
Die ich als Erbe von deinem Großvater mitgebracht habe
Mas deixa pra lá, eu vou esquecer
Aber lass es gut sein, ich werde es vergessen
A herança é você e você já voltou"
Das Erbe bist du und du bist zurückgekehrt“
Era 4:30, passava um pouquinho
Era le 4:30, un po' oltre
E um fosco clarinho rasgava o varjão
E una luce fioca squarciava la pianura
Era um trem noturno, que vinha apontando
Era un treno notturno, che stava arrivando
E logo parando na velha estação
E presto si fermava alla vecchia stazione
Meu corpo tremia, meus olhos molhados
Il mio corpo tremava, i miei occhi erano bagnati
E o meu pai do lado e a mala no chão
E mio padre al mio fianco e la valigia per terra
Beijei o seu rosto e disse na hora
Ho baciato il suo viso e ho detto in quel momento
O mundo lá fora me espera, paizão
Il mondo là fuori mi aspetta, papà
Entrei no vagão, corri pra janela
Sono salito sul vagone, ho corso alla finestra
E a mala amarela do velho catei
E ho preso la valigia gialla del vecchio
O trem deu partida, soqueou bruscamente
Il treno è partito, ha sobbalzato bruscamente
E ali, novamente sua mão eu beijei
E lì, di nuovo, ho baciato la sua mano
Um pouco pra adiante vi minha casinha
Un po' più avanti ho visto la mia casetta
E a minha mãezinha de pé no portão
E mia madre in piedi al cancello
Ela não me viu e do trem na corrida
Non mi ha visto e dal treno in corsa
Ouvi as latidas do velho sultão
Ho sentito gli abbaiamenti del vecchio Sultano
Um certo senhor da poltrona vizinha
Un certo signore del sedile accanto
Dizia que vinha do Paranázão
Diceva che veniva dal grande Paraná
E disse também num jeito cortês
E ha detto anche in modo cortese
"É a primeira vez que deixo o sertão"
"È la prima volta che lascio l'entroterra"
Pedi seu conselho e ele me disse
Ho chiesto il suo consiglio e lui mi ha detto
"Seu moço a velhice é dura demais
"Giovane, la vecchiaia è dura
Eu sou bem mais velho e posso aconselhar
Io sono molto più vecchio e posso consigliarti
É duro ficar distante dos pais"
È duro stare lontano dai genitori"
Eu nunca esqueci o que o velho falou
Non ho mai dimenticato quello che il vecchio ha detto
O tempo passou e pra casa voltei
Il tempo è passato e sono tornato a casa
Quem fica distante jamais se conforma
Chi resta lontano non si rassegna mai
Lá da plataforma meus pais avistei
Dalla piattaforma ho visto i miei genitori
Desci comovido, abracei ele e ela
Sono sceso commosso, ho abbracciato lui e lei
"E a mala amarela? Meu filho eu não vi"
"E la valigia gialla? Mio figlio non l'ho vista"
Meu pai, acredite na fala de um homem
Papà, credi alle parole di un uomo
Pra não passar fome a mala eu vendi
Per non morire di fame ho venduto la valigia
"Que pena, que pena, era minha lembrança
"Che peccato, che peccato, era il mio ricordo
Que eu trouxe de herança do seu avô
Che ho portato come eredità da tuo nonno
Mas deixa pra lá, eu vou esquecer
Ma lascia stare, lo dimenticherò
A herança é você e você já voltou"
L'eredità sei tu e tu sei già tornato"

Trivia about the song Mala Amarela [Ao Vivo] by Zé Henrique & Gabriel

Who composed the song “Mala Amarela [Ao Vivo]” by Zé Henrique & Gabriel?
The song “Mala Amarela [Ao Vivo]” by Zé Henrique & Gabriel was composed by JOSE CAETANO ERBA, JOSE PLINIO TRASFERETTI.

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