Canção da Paciência
Muitos sóis e luas irão nascer
Mais ondas na praia, rebentar
Já não tem sentido ter ou não ter
Vivo com o meu ódio, a mendigar
Tenho muitos anos para sofrer
Mais do que uma vida, para andar
Beba o fel amargo, até morrer
Já não tenho pena sei esperar
A cobiça é fraca, melhor dizer
A vida não presta, para sonhar
Minha luz dos olhos que eu vi nascer
Num dia tão breve a clarear
As águas do rio, são de correr
Cada vez mais perto, sem parar
Sou como o morcego, vejo sem ver
Sou como o sossego, sei esperar