O Sopro do Fole

Maria Bethania, Zeca Veloso

Lyrics Translation

Moço, esse vento que ali
Tirou meu chapéu, balançou meu cordão
É o sopro do fole de festa que aqui
Chegou do sertão

É nota tão clara bem na minha mão
Apertando os baixo do meu coração
É tudo o que eu deixo pra trás sem mais não
No seco do chão

Eu sou passarinho sem casa
Mexendo a asa
Eu vivo no mundo, mas não sou daqui
Pinga um pouco de água

Quando não consigo mais voar
Passo o trabalho, a boiada
É pousar na viola e tocar um modão
Não me diga que não gosta não
Não me diga que não gosta não

Moço, esse vento que aqui
Beijou meu cavalo na beira do mar
É o canto-seresta de quem já passou
E 'tá pra voltar
É o sopro que acende a máquina do Rio
Que vem lá do fundo do nosso Brasil
Quem viu, quem cantou, quem chorou, quem sorriu
Falou e subiu

Ê
É ferro, é fogo, é pisada
Ê, vaquejada
Ô, boa-nova, notícia-clarão
Eu já tenho em minha mão a senha, a cela e o esporão
O alazão a esperar o sertão virar mar
O mar acender em fogo então
É o fim, é o início, eu cantei
É a festa da volta do rei

Moço, esse vento que ali
Young man, that wind over there
Tirou meu chapéu, balançou meu cordão
Took my hat, swung my cord
É o sopro do fole de festa que aqui
It's the blow of the party bellows that here
Chegou do sertão
Came from the backlands
É nota tão clara bem na minha mão
It's a note so clear right in my hand
Apertando os baixo do meu coração
Squeezing the bass of my heart
É tudo o que eu deixo pra trás sem mais não
It's all I leave behind without more no
No seco do chão
On the dry ground
Eu sou passarinho sem casa
I am a bird without a home
Mexendo a asa
Flapping its wings
Eu vivo no mundo, mas não sou daqui
I live in the world, but I'm not from here
Pinga um pouco de água
Drop a little water
Quando não consigo mais voar
When I can't fly anymore
Passo o trabalho, a boiada
I pass the work, the cattle
É pousar na viola e tocar um modão
It's to land on the guitar and play a tune
Não me diga que não gosta não
Don't tell me you don't like it
Não me diga que não gosta não
Don't tell me you don't like it
Moço, esse vento que aqui
Young man, this wind here
Beijou meu cavalo na beira do mar
Kissed my horse by the sea
É o canto-seresta de quem já passou
It's the serenade-song of someone who has passed
E 'tá pra voltar
And is about to return
É o sopro que acende a máquina do Rio
It's the blow that lights up the machine of Rio
Que vem lá do fundo do nosso Brasil
That comes from the depths of our Brazil
Quem viu, quem cantou, quem chorou, quem sorriu
Who saw, who sang, who cried, who smiled
Falou e subiu
Spoke and rose
Ê
Oh
É ferro, é fogo, é pisada
It's iron, it's fire, it's a step
Ê, vaquejada
Oh, rodeo
Ô, boa-nova, notícia-clarão
Oh, good news, clear-news
Eu já tenho em minha mão a senha, a cela e o esporão
I already have in my hand the password, the cell and the spur
O alazão a esperar o sertão virar mar
The chestnut horse waiting for the backlands to turn into sea
O mar acender em fogo então
The sea to light up in fire then
É o fim, é o início, eu cantei
It's the end, it's the beginning, I sang
É a festa da volta do rei
It's the party of the return of the king
Moço, esse vento que ali
Muchacho, ese viento que allí
Tirou meu chapéu, balançou meu cordão
Quitó mi sombrero, balanceó mi cordón
É o sopro do fole de festa que aqui
Es el soplo del fuelle de fiesta que aquí
Chegou do sertão
Llegó del sertón
É nota tão clara bem na minha mão
Es nota tan clara bien en mi mano
Apertando os baixo do meu coração
Apretando los bajos de mi corazón
É tudo o que eu deixo pra trás sem mais não
Es todo lo que dejo atrás sin más no
No seco do chão
En lo seco del suelo
Eu sou passarinho sem casa
Soy un pajarito sin casa
Mexendo a asa
Moviendo el ala
Eu vivo no mundo, mas não sou daqui
Vivo en el mundo, pero no soy de aquí
Pinga um pouco de água
Echa un poco de agua
Quando não consigo mais voar
Cuando ya no puedo volar más
Passo o trabalho, a boiada
Paso el trabajo, el ganado
É pousar na viola e tocar um modão
Es posarse en la guitarra y tocar una canción
Não me diga que não gosta não
No me digas que no te gusta
Não me diga que não gosta não
No me digas que no te gusta
Moço, esse vento que aqui
Muchacho, ese viento que aquí
Beijou meu cavalo na beira do mar
Besó a mi caballo en la orilla del mar
É o canto-seresta de quem já passou
Es el canto-serenata de quien ya pasó
E 'tá pra voltar
Y está por volver
É o sopro que acende a máquina do Rio
Es el soplo que enciende la máquina de Río
Que vem lá do fundo do nosso Brasil
Que viene desde el fondo de nuestro Brasil
Quem viu, quem cantou, quem chorou, quem sorriu
Quien vio, quien cantó, quien lloró, quien sonrió
Falou e subiu
Habló y subió
Ê
Eh
É ferro, é fogo, é pisada
Es hierro, es fuego, es pisada
Ê, vaquejada
Eh, vaquedía
Ô, boa-nova, notícia-clarão
Oh, buena noticia, noticia-claridad
Eu já tenho em minha mão a senha, a cela e o esporão
Ya tengo en mi mano la contraseña, la celda y la espuela
O alazão a esperar o sertão virar mar
El alazán esperando a que el sertón se convierta en mar
O mar acender em fogo então
El mar encenderse en fuego entonces
É o fim, é o início, eu cantei
Es el fin, es el inicio, yo canté
É a festa da volta do rei
Es la fiesta del regreso del rey
Moço, esse vento que ali
Jeune homme, ce vent là-bas
Tirou meu chapéu, balançou meu cordão
Qui a emporté mon chapeau, a fait balancer ma chaîne
É o sopro do fole de festa que aqui
C'est le souffle de l'accordéon de la fête qui est ici
Chegou do sertão
Venu de l'arrière-pays
É nota tão clara bem na minha mão
C'est une note si claire dans ma main
Apertando os baixo do meu coração
Serrant les basses de mon cœur
É tudo o que eu deixo pra trás sem mais não
C'est tout ce que je laisse derrière moi sans plus
No seco do chão
Sur le sol sec
Eu sou passarinho sem casa
Je suis un petit oiseau sans maison
Mexendo a asa
Bougeant l'aile
Eu vivo no mundo, mas não sou daqui
Je vis dans le monde, mais je ne suis pas d'ici
Pinga um pouco de água
Verse un peu d'eau
Quando não consigo mais voar
Quand je ne peux plus voler
Passo o trabalho, a boiada
Je passe le travail, le troupeau
É pousar na viola e tocar um modão
C'est se poser sur la guitare et jouer une chanson
Não me diga que não gosta não
Ne me dis pas que tu n'aimes pas
Não me diga que não gosta não
Ne me dis pas que tu n'aimes pas
Moço, esse vento que aqui
Jeune homme, ce vent ici
Beijou meu cavalo na beira do mar
Qui a embrassé mon cheval au bord de la mer
É o canto-seresta de quem já passou
C'est le chant-sérénade de celui qui est déjà passé
E 'tá pra voltar
Et qui est sur le point de revenir
É o sopro que acende a máquina do Rio
C'est le souffle qui allume la machine de Rio
Que vem lá do fundo do nosso Brasil
Qui vient du fond de notre Brésil
Quem viu, quem cantou, quem chorou, quem sorriu
Qui a vu, qui a chanté, qui a pleuré, qui a souri
Falou e subiu
A parlé et est monté
Ê
Ê
É ferro, é fogo, é pisada
C'est du fer, c'est du feu, c'est un pas
Ê, vaquejada
Ê, rodéo
Ô, boa-nova, notícia-clarão
Ô, bonne nouvelle, éclair de nouvelles
Eu já tenho em minha mão a senha, a cela e o esporão
J'ai déjà dans ma main le mot de passe, la selle et l'éperon
O alazão a esperar o sertão virar mar
Le cheval alezan attend que l'arrière-pays devienne mer
O mar acender em fogo então
La mer s'allume alors en feu
É o fim, é o início, eu cantei
C'est la fin, c'est le début, j'ai chanté
É a festa da volta do rei
C'est la fête du retour du roi
Moço, esse vento que ali
Junge, dieser Wind dort
Tirou meu chapéu, balançou meu cordão
Hat meinen Hut genommen, meine Kette geschwungen
É o sopro do fole de festa que aqui
Es ist der Hauch der Feier, der hierher
Chegou do sertão
Aus dem Hinterland gekommen ist
É nota tão clara bem na minha mão
Es ist eine so klare Note in meiner Hand
Apertando os baixo do meu coração
Drückt die Bässe meines Herzens
É tudo o que eu deixo pra trás sem mais não
Es ist alles, was ich ohne mehr zurücklasse
No seco do chão
Auf dem trockenen Boden
Eu sou passarinho sem casa
Ich bin ein Vogel ohne Haus
Mexendo a asa
Bewegt den Flügel
Eu vivo no mundo, mas não sou daqui
Ich lebe in der Welt, aber ich gehöre nicht hierher
Pinga um pouco de água
Gib ein wenig Wasser
Quando não consigo mais voar
Wenn ich nicht mehr fliegen kann
Passo o trabalho, a boiada
Ich übergebe die Arbeit, das Vieh
É pousar na viola e tocar um modão
Es ist, auf der Gitarre zu landen und ein Lied zu spielen
Não me diga que não gosta não
Sag mir nicht, dass du es nicht magst
Não me diga que não gosta não
Sag mir nicht, dass du es nicht magst
Moço, esse vento que aqui
Junge, dieser Wind hier
Beijou meu cavalo na beira do mar
Hat mein Pferd am Meer geküsst
É o canto-seresta de quem já passou
Es ist das Serenadenlied von jemandem, der schon vorbeigekommen ist
E 'tá pra voltar
Und bereit ist zurückzukehren
É o sopro que acende a máquina do Rio
Es ist der Hauch, der die Maschine von Rio entzündet
Que vem lá do fundo do nosso Brasil
Das kommt aus dem tiefsten Brasilien
Quem viu, quem cantou, quem chorou, quem sorriu
Wer gesehen hat, wer gesungen hat, wer geweint hat, wer gelächelt hat
Falou e subiu
Sprach und stieg auf
Ê
Eh
É ferro, é fogo, é pisada
Es ist Eisen, es ist Feuer, es ist ein Schritt
Ê, vaquejada
Eh, Rodeo
Ô, boa-nova, notícia-clarão
Oh, gute Nachricht, klare Nachricht
Eu já tenho em minha mão a senha, a cela e o esporão
Ich habe bereits in meiner Hand das Passwort, den Sattel und den Sporn
O alazão a esperar o sertão virar mar
Der Fuchs wartet darauf, dass das Hinterland zum Meer wird
O mar acender em fogo então
Das Meer entzündet sich dann im Feuer
É o fim, é o início, eu cantei
Es ist das Ende, es ist der Anfang, ich habe gesungen
É a festa da volta do rei
Es ist das Fest der Rückkehr des Königs
Moço, esse vento que ali
Giovane, quel vento lì
Tirou meu chapéu, balançou meu cordão
Che ha portato via il mio cappello, ha fatto oscillare la mia catena
É o sopro do fole de festa que aqui
È il soffio della festa che qui
Chegou do sertão
È arrivato dal sertão
É nota tão clara bem na minha mão
È una nota così chiara proprio nella mia mano
Apertando os baixo do meu coração
Stringendo i bassi del mio cuore
É tudo o que eu deixo pra trás sem mais não
È tutto ciò che lascio dietro senza più niente
No seco do chão
Nel secco del terreno
Eu sou passarinho sem casa
Io sono un uccellino senza casa
Mexendo a asa
Muovendo l'ala
Eu vivo no mundo, mas não sou daqui
Vivo nel mondo, ma non sono di qui
Pinga um pouco de água
Versa un po' d'acqua
Quando não consigo mais voar
Quando non riesco più a volare
Passo o trabalho, a boiada
Passo il lavoro, il bestiame
É pousar na viola e tocar um modão
È posarsi sulla chitarra e suonare una canzone
Não me diga que não gosta não
Non dirmi che non ti piace
Não me diga que não gosta não
Non dirmi che non ti piace
Moço, esse vento que aqui
Giovane, quel vento qui
Beijou meu cavalo na beira do mar
Che ha baciato il mio cavallo sulla riva del mare
É o canto-seresta de quem já passou
È il canto-serenata di chi è già passato
E 'tá pra voltar
E sta per tornare
É o sopro que acende a máquina do Rio
È il soffio che accende la macchina del Rio
Que vem lá do fundo do nosso Brasil
Che viene dal profondo del nostro Brasile
Quem viu, quem cantou, quem chorou, quem sorriu
Chi ha visto, chi ha cantato, chi ha pianto, chi ha sorriso
Falou e subiu
Ha parlato e si è alzato
Ê
Eh
É ferro, é fogo, é pisada
È ferro, è fuoco, è passo
Ê, vaquejada
Eh, rodeo
Ô, boa-nova, notícia-clarão
Oh, buona notizia, notizia-chiarore
Eu já tenho em minha mão a senha, a cela e o esporão
Ho già in mano la password, la sella e lo sperone
O alazão a esperar o sertão virar mar
Il cavallo baio aspetta che il sertão diventi mare
O mar acender em fogo então
Il mare si accende in fuoco allora
É o fim, é o início, eu cantei
È la fine, è l'inizio, ho cantato
É a festa da volta do rei
È la festa del ritorno del re

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