Os Vultos

Miguel Santos

São sombras que se escrevem sobre veludo
De uma noite de memória e contemplação
São sangue e lágrimas; o conteúdo
Das causalidades da paixão.


O meu caminho dança em negrume,
Em tinta cáustica do passado
E o meu coração arde em lume
Que é chama do meu fado.


São vultos que recobrem o abismo
Onde durmo em penitência.
São reflexos de um exorcismo
Que desmente a existência.


E se as vozes se calarem,
Numa qualquer noite de melancolia,
É tempo de se lembrarem
Da violência que me silencia.


Pois no silêncio sou rei,
Uma tragédia vulgar
Que se perde num mundo sem lei
Em que verdadeiramente não sei estar.


E são vultos que se perdem dentro de mim
E são vozes lascivas sobre cetim.
São vícios & desejos por atenas
São chacais, víboras & hienas.


Estas vozes que não se calam...
Estas vozes que não se escrevem...
Estas vozes que preenchem...
A timidez do perfume que exalam...


Calem a tempestade & confusão
Deixem a lua banhar o meu coração
Com o seu brilho pálido de saudade
Que destrói os vultos da vaidade.

Trivia about the song Os Vultos by A Dream Of Poe

When was the song “Os Vultos” released by A Dream Of Poe?
The song Os Vultos was released in 2011, on the album “The Mirror of Deliverance”.
Who composed the song “Os Vultos” by A Dream Of Poe?
The song “Os Vultos” by A Dream Of Poe was composed by Miguel Santos.

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