Salseio de Esporas
Me pilcho todo compadre
Da roseta ao barbicacho
E buenas que aqui me acho
Tenteando o tatu na toca
Que este xirú velho enloca
Num compasso missioneiro
E quero campear o cheiro
Do corpo de uma chorona
E quero campear o cheiro
Do corpo de uma chorona
Se aqui dei com os costados
Após um duro na lida
É que por certo essa vida
Me reserva coisa boa
E o som da cordeona ressoa
Pelas frestas campo afora
E num salseio de esporas
Não ando campeando à toa
E num salseio de esporas
Não ando campeando à toa
Seja uma loira ou morena
Seja mestiça ou mulata
O coração que arrebata
E o sentimento carancho
Se afinem no mesmo arrancho
Sem condições nem tutela
Pra que eu carregue com ela
Ao aconchego do rancho
Pra que eu carregue com ela
Ao aconchego do rancho
Quero uma vida campeira
Plantanda dentro da rima
Com a consciência acima
E a simplicidade no mais
De um rancho, mulher e pingo
E anoite a chorar respingo
De orvalho sobre os trigais
E anoite a chorar respingo
De orvalho sobre os trigais
Isto é tudo neste mundo
Que um homem de bem deseja
Uma guitarra andeja
Parceira de suas penas
Velhas cantigas amenas
Em noites de estrela e Lua
E os dedos de uma xirúa
Lhe acariciando as melenas
E os dedos de uma xirúa
Lhe acariciando as melenas