Testando
[Letra de "Testando" com Ellen Oléria]
Alô, alô, som, teste
Um, dois, três
Alô, alô, som, teste
Um, dois, três, testando
Alô, alô, som, teste
Um, dois, três
Alô, alô, som, teste
Um, dois, três, testando
Eu, eu não domino a esgrima
Mas minha palavra, a minha palavra
A minha palavra é afiada e contamina
Minha ginga, meu jeito
Minha voz que vem do gueto
Minha raça, minha cara, tua cara à tapa
O meu cabelo crespo
Não ponho na chapa, aguenta minha marra
Teu cartão não me paga
Minha ancestralidade no peito eu não tô te vendendo
Há quem batize minha postura, pura malandragem
Mas minha superação foi com muita dificuldade
Não é contando por contar, não é por vaidade
Mas peito pra encarar a vida louca com coragem
Não é pra qualquer um
Minha mãe, minha testemunha
O preço, o zelo, o descontamento
Muita frustração, sem inspiração, sem passe, sem pão
É mãe... não se preocupa
Eu dou meus pulinho, eu dou meu jeito
Eu sempre me virei
E é claro eu precisei de ajuda
Conhece a carne fraca?
Eu sou do tipo carne dura
Tem gente boa no mundo, isso eu já sei
Também vi o lado violento dos que não temem a lei
Tanto faz lei divina, tanto faz lei dos homi
Não importa pôr roupa chique ou dar seu sobrenome
A mulherada já sabe o cotidiano da rua
Anoiteceu, sozinha cê não tá segura
Alô, alô, som, teste
Um, dois, três
Alô, alô, som, teste
Um, dois, três, testando
Alô, alô, som, teste
Um, dois, três
Alô, alô, som, teste
Um, dois, três, testando
Suor e choro, a noite é fria
Pra esses lance ninguém nunca está preparado
Depois de um dia duro meu corpo foi travado
Assalto à mão armada
Levaram um violão, o microfone emprestado
Eu chorei, eu chorei
A bandidagem não acompanhou a estereotipia
Três garotos tipo de uns quinze anos
Eu nunca vi na área esses garotos brancos
Duas meninas louras com boné cor-de-rosa
Reescrevendo as linhas da conhecida história
Todo mundo conhece essa história
Eu já falei sobre isso também
Ela é mais ou menos assim
Andando na rua de noite muita gente branca já fugiu de mim
A minha ameaça não carrega bala, mas incomoda o meu vizinho
O imaginário dessa gente dita brasileira é torto
Grita pela minha pele qual será o meu fim
Eu não compactuo com esse jogo sujo
Grito mais alto ainda e denuncio esse mundo imundo
A minha voz transcende a minha envergadura
Conhece a carne fraca?
Eu sou do tipo carne dura
Alô, alô, som, teste
Um, dois, três
Alô, alô, som, teste
Um, dois, três, testando
Alô, alô, som, teste
Um, dois, três
Alô, alô, som, teste
Um, dois, três, testando
Tá ficando bom, mas vai ficar melhor
Tá ficando bom, mas vai ficar melhor
Tá ficando bom, tá ficando bom
Tá ficando bom, mas vai ficar melhor
Tá ficando bom, mas vai ficar melhor
Tá ficando bom, tá ficando bom
Basalto que emana dos meus poros
A minha consciência pedra nesse instante
Basalto que emana dos meus poros
A minha consciência pedra nesse instante
Basalto que emana dos meus poros
A minha consciência pedra nesse instante
Basalto que emana dos meus poros
A minha consciência negra