A Flor e o Canhão
Frio numa noite de chuva
Com raios, vento e trovões
Piso numa poça de água suja
Ouço gritos nos porões
Desarmando as armadilhas
Eu acalmo os furacões
Mas me perco nessa trilha
De desejos e ambições
Acabando antes do tempo
Permitindo a aflição
Ferindo o amor e o sentimento
Uma frágil flor enfrentando um canhão
Sinto meu cérebro saindo
Da cabeça e da razão
Quando a dor é o que sinto
Dilacera o coração
É um fogo que não queima
Um grito que não sai
A criança que só teima
Respondendo a mãe e o pai
Um relâmpago no ar
O estorvo e a compaixão
Na dependência da lua
Pra mudar maré e chão
Acabando antes do tempo
Permitindo a aflição
Ferindo o amor e o sentimento
Uma frágil flor enfrentando um canhão
Sinto meu cérebro saindo
Da cabeça e da razão
Quando a dor é o que sinto
E não tem solução
Nem tampouco querer
Só dilacera o coração