Um Quase Martelo
Quando eu vejo o som cair no mar
E a noite chegar com seu negro
O meu peito se enche de amor
Minha voz se regala de cantar
Alma leve cá dentro quer voar
Espalhar esperança e bem-querer
Planto flores no chão e vou colher
As cigarras da noite vem zunir
Abro os braços, a luz vem me vestir
E eu grito aos céus: Que bom viver
De onde estou vejo pedras a rolar
Vejo o mal avançar causando dor
Vejo o medo e fome, vil torpor
Por moinhos eu passo em meu passar
Mas empunho a espada que abrirá
Os caminhos da glória escrever
O dragão da maldade, do poder
Com coragem e fé hei de vencer
No horizonte o sol vai me sorrir
O céu de azul a terra vai tingir
E eu vou gritar como é bom viver
Mesmo quando a tormenta atormentar
E o vendaval mal nos abater
E a vida parecer escorrer
Entre nossas mãos ávidas de amar
Nessa hora é preciso invocar
Forças da natureza e a se mover
Com bravura o motor do bem-querer
Se preciso com sangue, com suor
Pra que o mundo seja um lugar melhor
E todos possam cantar que é bom viver
No sertão da canção eu vou morar
Onde tudo é secura e vastidão
Lá eu vou iluminar a razão
Firme e forte, selvagem carcará
Frutas fartas no chão vou espalhar
Para ver a semente florescer
Pois assim o amor não vai morrer
E se o pão não faltar serei feliz
Nesta lousa do tempo escrevo a giz
Apesar do pesar é bom viver