Monotonia, Pt. 1
Alimentado pelo rancor no qual fui criado
Nesse verso expresso o ódio pelo sangue derramado
Ali em cima vejo inteligentes, porém ignorantes
Aqui em baixo vejo gênios com blusas manchadas de sangue
Na TV vejo homens ostentando tudo o que tem
Eu tô sozinho esperando o busão e ele mal vem
Fortalecendo a mente enquanto enfraquecem nossos corpos
Vejo o derramar de sangue e mais fraturar de ossos
A noite tem olhos lindos, porém ela é sempre assassinada
O dia chega e a saudade dela só me mata
Meus heróis morreram afogados afundados no mar de sangue
Os heróis deles derramam o sangue dos meus, mas sigo adiante
Falo muito de sangue, mas é porque o vejo muito presente
Quem o derrama fala que eu nem sou gente
Eu lembro do sangue derramado dos irmãos Marreiros
Eterna memória de Davi e Diego
Você reclama por uma noite não dormir com seu travesseiro
E o favelado sonha em não precisar ter que trabalhar o dia inteiro
Aqui é a revolta de um Homem que de lutar está cansado
E quem se aproveita do meu suor? Adivinha quem são os arrombado
Ganhando a forma de um anjo caído de um apocalipse
Assim como minha pele veja o céu tomado por esse eclipse
Vocês não tem sonhos por conta de já terem tudo
Minha realidade aqui é um pesadelo atormentado por um espírito sujo
Liberdade aos Rafa Braga encarcerados injustamente
Escrevendo para que possam usar suas mente
Me queriam tão bomzin, mas não deixaram eu ser gente
Me proibiram de sonhar e agora seu pesadelo aguente
Me querem numa jaula sendo um condenado réu
Se não for assim pra eles, meu teto é o viaduto ou o céu
Pego busão lotado e chegando em casa é ouvindo patum
Quando passam nas minhas quebrada chamam de lugar nenhum
E na janela do busão vejo o abandono no Centro
Só por uma vida digna isso tudo ainda aguento
ZS é um universo em cada mente
Por isso todos nós queremos a morte do presidente