O Robô
Quanta coisa ele conhece,
Sabe a tudo responder.
E o que tanto o entristece
É ser humano ele não ser.
Com suas veias de metal
Raciocina e sabe andar.
Mas o que lhe faz tão mal
É não sorrir e nem chorar.
Sou robô e a vida é dura
Quando se é feito de lata.
Sou sem jogo de cintura
E a minha voz é muito chata.
Vou ter sempre algum defeito,
Já perdi a esperança.
Pelo homem eu fui feito
À sua imagem e semelhança.
Nunca tem nenhuma dúvida,
Incansável e seguro.
Por tudo isso ele é considerado
O homem do futuro.
Ser o homem do futuro
Não me anima muito, não.
Todos saberão de tudo,
Mas como eu, sem coração.
Os adultos, sempre sérios,
Sabem só me programar.
Se eles não brincam comigo,
Com criança eu vou brincar.