Quem És?
Quem és tu, quem és?
Serás a sombra que me espera,
Ou és a breve primavera,
A mariposa que se pousa
E que se vai?
Quem és, amor?
Que me surgiste como
A cor num mundo triste
Ou como um verso impressentido
Que revela e que se vai.
Me deixaste provar de uma alegria
Que eu não sabia mais:
A súbita poesia de um único verão.
Me deixaste saber que ainda existia
O som de uma canção,
A paz sem nostalgia,
O amor sem solidão.
Amor, quem és?
Que penetraste o meu silêncio
Com teus pés tão frágeis.
Ah, pudesse eu saber
Um dia finalmente quem és.